Nos últimos anos, o setor elétrico passou por uma verdadeira revolução. Se antes a geração de energia era centralizada em grandes usinas, hoje cada vez mais consumidores se tornam também produtores de energia elétrica. Esse movimento é chamado de microgeração e geração distribuída — e ele está colocando o poder da energia literalmente nas mãos do cidadão.
Neste artigo, você vai entender como funciona esse modelo, quais são os seus benefícios, as diferenças entre microgeração e minigeração, e como a geração distribuída está transformando a relação entre consumidor e eletricidade.
O Que é Geração Distribuída?
A geração distribuída (GD) é o modelo em que a energia elétrica é produzida no mesmo local ou próximo de onde é consumida, conectada à rede da distribuidora. Diferente do modelo tradicional, onde a eletricidade percorre longas distâncias desde usinas centrais, na GD a geração ocorre de forma descentralizada, geralmente com o uso de fontes renováveis, como:
- Energia solar fotovoltaica (a mais comum)
- Pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)
- Biomassa
- Geração eólica de pequeno porte
Essa produção pode ser feita por residências, comércios, indústrias, propriedades rurais ou mesmo por consórcios de consumidores.
O Que é Microgeração e Minigeração?
De acordo com a regulamentação da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a geração distribuída é dividida em dois grupos principais:
Microgeração Distribuída
- Potência instalada de até 75 kW.
- Comum em residências, pequenos comércios e prédios residenciais.
- Exemplo: um sistema de energia solar em uma casa que gera parte ou toda a eletricidade consumida.
Minigeração Distribuída
- Potência instalada entre 75 kW e 5 MW.
- Usada por grandes empresas, indústrias, fazendas ou projetos de geração compartilhada.
- Exemplo: uma fazenda solar que abastece vários clientes por meio de créditos de energia.
Ambas as categorias compartilham os mesmos princípios de compensação de energia e conexão com a rede da distribuidora.
Como Funciona o Sistema de Compensação de Energia?
Um dos maiores incentivos à geração distribuída no Brasil é o sistema de compensação de créditos de energia elétrica, conhecido como “net metering”. Funciona assim:
- A unidade consumidora (residência, comércio etc.) gera sua própria energia por meio de um sistema fotovoltaico, por exemplo.
- Quando há excedente, essa energia é injetada na rede da distribuidora.
- O consumidor recebe créditos equivalentes, que podem ser utilizados para abater a energia consumida da rede à noite ou em dias nublados.
- Esses créditos têm validade de 60 meses e podem ser transferidos para outras unidades do mesmo titular, dentro da mesma área de concessão.
Esse modelo incentiva o uso racional da energia e reduz significativamente a conta de luz.
Vantagens da Microgeração e Geração Distribuída
1. Economia na Conta de Luz
Ao gerar sua própria energia, o consumidor passa a depender menos da concessionária, resultando em economia de até 95% na fatura mensal.
2. Sustentabilidade
Grande parte da geração distribuída no Brasil utiliza energia solar, que é limpa, renovável e não emite poluentes. É uma forma direta de reduzir a pegada de carbono.
3. Valorização do Imóvel
Propriedades com sistemas de geração própria tendem a ter maior valor de mercado e se tornam mais atrativas para compra ou aluguel.
4. Independência Energética
Mesmo estando conectado à rede, o consumidor ganha autonomia e segurança energética, especialmente em períodos de crise ou aumento tarifário.
5. Apoio à Transição Energética
A geração distribuída ajuda a descentralizar a matriz energética brasileira, tornando o sistema mais resiliente e sustentável.
Desvantagens e Desafios
1. Custo Inicial
Apesar da redução nos preços dos sistemas solares, o investimento ainda pode ser considerado alto por muitos consumidores. No entanto, o retorno costuma acontecer entre 3 e 5 anos.
2. Exigência de Espaço e Estrutura
É necessário ter um telhado adequado, livre de sombras e com boa orientação solar. Também pode haver limitações técnicas dependendo da rede local.
3. Mudanças Regulatórias
Com o avanço da geração distribuída, novas regras de tarifação vêm sendo discutidas. A Lei 14.300/2022 trouxe alterações no sistema de compensação para novos projetos a partir de 2023.
4. Manutenção e Monitoramento
Apesar de serem sistemas robustos, é importante realizar manutenções periódicas para garantir o bom desempenho ao longo dos anos.
A Geração Distribuída no Brasil
O Brasil é um dos países que mais crescem em geração distribuída no mundo. Segundo dados da ANEEL, já são mais de 2,5 milhões de sistemas conectados, somando mais de 25 GW de potência instalada, com destaque para:
- Região Sudeste: maior número de conexões.
- Região Nordeste: alto potencial solar e uso crescente.
- Pequenos municípios: protagonismo das cooperativas de geração.
Empresas como a Órigo Energia, da qual você faz parte como agente standard, têm papel fundamental nesse crescimento, ao oferecer soluções acessíveis e descomplicadas, como a energia solar por assinatura, que democratiza o acesso sem necessidade de instalação.
O Futuro é Descentralizado e Inteligente
A microgeração e a geração distribuída são pilares de um novo modelo energético, baseado em sustentabilidade, eficiência e participação cidadã. Elas empoderam o consumidor, estimulam a inovação e contribuem com os objetivos climáticos nacionais e globais.
Aliadas à digitalização e às redes inteligentes (smart grids), essas tecnologias tendem a se expandir ainda mais, transformando o modo como produzimos e consumimos energia.
O Poder Está em Suas Mãos
Se antes o consumidor era um agente passivo, hoje ele pode se tornar protagonista da transição energética. Com a microgeração e a geração distribuída, é possível produzir sua própria energia, economizar, valorizar o imóvel e ajudar o planeta.
E mesmo quem não pode instalar um sistema em casa pode aderir à energia solar por assinatura, como oferecida pela Órigo Energia, e fazer parte dessa revolução. A energia do futuro já chegou — e ela é limpa, acessível e feita por todos nós.